domingo, 29 de dezembro de 2013

Me desfaço. Muitas vezes é a melhor opção. Me dividir em pedaços, me quebrar, para poder analisar cada parte do meu ser, cada rastro da minha mente. E talvez, assim, entender quem eu sou, quem eu fui, quem eu posso me tornar.

Eu segui o meu caminho, pedi para que você seguisse o seu. Minha quase lágrima não é justa, minha tristeza não é justa. Justamente porque somente a minha culpa é justa. Culpa de não ter pensado melhor, não ter dado mais importância aos meus sentimentos, por ter tentado seguir um protocolo inventado por mim quando eu estava tentando me desfazer de protocolos. 

Por isso agora me desfaço, para entender a razão pela qual eu parti, eu desisti. Espero que você se desfaça também - no melhor sentido da palavra - que se encontre, se descubra, se conheça, se viva.


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Não sei escrever

Eu não sei escrever. Se tem algo que é torturante pra mim, esse algo é a escrita. Não sou o tipo de pessoa que começa a escrever e coloca palavra por palavra, sem se perder, sem voltar, sem errar. Eu demoro, eu me canso, eu me encho de preguiça na hora de escrever. Mas, talvez, escrever seja mais prazeroso pra mim do que desenhar, por exemplo. Eu tenho o hábito de fazer rabiscos (que as vezes eu chamo de ilustrações, só para me sentir importante): pego o lápis, o papel, e a minha mão começa. Simplesmente faço seguindo minha intuição, o desejo do meu inconsciente. Mas minha escrita não flui dessa maneira.

O triste, é que eu tenho mais prazer na leitura do que na apreciação de um pintura, por exemplo. Palavras me encantam mais, me influenciam mais, me modificam mais. E é por isso que eu as aprecio tanto. É claro que eu me encanto com quadros, com cinema, com música, e com qualquer tipo de expressão artística, porém as palavras mantêm um espaço especial no meu coraçãozinho.

Por isso, apesar de não saber escrever, eu tento. Eu juro que tento! As vezes não do modo mais convencional possível, mas eu tento. Escrevo textos e mais textos na minha cabeça, com uma caligrafia impecável, com uma fonte bacana, textos capazes de emocionar, de mudar alguém. Mas esses textos permanecem no meu interior, eu sei como eles são, sei do poder deles, mas sou incapaz de conseguir fazê-los virarem realidade, justamente por não saber escrever.

Eu não sei escrever. Mas adoraria saber.